O esôfago é um tubo muscular responsável pela condução
do alimento da boca até o estômago e desempenha função fundamental na digestão
humana.
O câncer de esôfago é uma doença caracterizada pelo
desenvolvimento de células malignas no interior deste órgão. Em nosso país é o
6º câncer mais frequente no sexo masculino e o 13º no feminino (quando
excluímos o câncer de pele).
O tipo mais comum é o carcinoma epidermóide,
responsável por 96% dos casos. Tem como fatores de risco o tabagismo (fumo), o
etilismo (abuso de bebidas alcoólicas) e a ingestão habitual de bebidas muito
quentes. O adenocarcinoma é um subtipo menos comum e está relacionado ao
refluxo gastroesofágico.
Na sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta
sinais. Porém, com o progressão da doença, pode surgir dificuldade (disfagia)
ou dor ao engolir (odinofagia), rouquidão, tosse, dor no peito, sensação de
obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos, perda do apetite e perda de
peso.
A endoscopia digestiva alta é o principal exame
diagnóstico e permite a retirada de biópsias para confirmação da doença.
O tratamento pode ser feito com cirurgia ou ressecção
endoscópica associada ou não a radioterapia e/ou quimioterapia. A escolha
depende da avaliação médica e varia de acordo com o tamanho do tumor, suas
características e o estado geral do paciente. Para tumores iniciais pode ser
indicada a ressecção endoscópica (retirada do tumor com acesso pela boca,
durante o exame de endoscopia, sem necessidade de cortes), mas este tipo de
tratamento é bastante raro. Na maioria dos casos, a cirurgia está indicada.
Infelizmente, a maioria dos casos de câncer de esôfago
é descoberta acidentalmente e numa fase avançada. Desse modo, alguns pacientes
necessitam de uma maior vigilância, como por exemplo fumantes, com uso
excessivo do álcool ou que já ingeriram no passado soda cáustica. Também os
pacientes com doença do refluxo gastroesofágica de longa data devem fazer
acompanhamento regular com vigilância endoscópica.
Para prevenir a doença,
é importante adotar uma dieta rica em frutas e legumes, evitar o consumo
frequente de bebidas muito quentes, alimentos defumados, bebidas alcoólicas em
excesso e derivados do tabaco.
A detecção precoce é muito importante, já que a doença
é bastante agressiva.