A cirrose hepática é uma doença cronica do fígado, onde
ocorre a destruição das células hepáticas normais e substituição por um tecido
fibroso, diminuindo a sua capacidade de funcionamento. Pode ter várias causas,
sendo as mais comuns as hepatite C, o uso abusivo de álcool, hepatite B, esteato-hepatite
não alcoólica (progressão da esteatose hepática em alguns casos) e em casos
mais raros, doenças auto-imunes (onde o organismo produz anticorpos contra o
fígado) ou por deposição de ferro ou cobre no fígado. No Brasil, a maior parte
dos casos estão associados à hepatite crônica decorrente da infecção pelo vírus
da hepatite C e pelo abuso do consumo de álcool, mas com aumento significativo
de cirrose causada por esteato-hepatite.
A hepatite C pode ser adquirida por compartilhamento de
agulhas contaminadas com sangue infectado (por exemplo, durante o uso de drogas
endovenosas ou inalatórias), transfusões sanguíneas que ocorreram antes de
1992, quando a hepatite C ainda não era conhecida e mais raramente pela via
sexual. A hepatite B tem as mesmas vias de transmissão da hepatite C, mas com
freqüência mais estabelecida pela via sexual e também pode evoluir para a
cirrose hepática.
A cirrose alcoólica é decorrente do uso abusivo do álcool. As
doses consideradas limites são 20 g /dia para mulher e 30 g/dia para homens.
A cirrose relacionada a esteatohepatite é mais comum em
indivíduos com Síndrome metabólica: diabetes + pressão alta + triglicérides
alto + HDL (colesterol bom) baixo.
Os pacientes com cirrose podem não apresentar sintomas nas
fases iniciais da doença, sendo o diagnóstico feito por exames de laboratório e
por ecografia de abdome. Em sua fase mais avançada, podem apresentar emagrecimento (perda de
massa muscular), aumento do volume abdominal (ascite ou barriga d’água),
inchaço nas pernas, tremores, perda do apetite, icterícia (cor amarelada do
“branco dos olhos” e da pele), alterações de coagulação, hemorragia digestiva
(vômitos com sangue ou fezes enegrecidas) e em alguns casos podem até evoluir
para o câncer do fígado.
A doença pode ser grave e exige tratamento e acompanhamento
contínuos, realizados pelo hepatologista (médico especialista em doenças do
fígado).
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