A vesícula é, em seu nome completo, chamada de
vesícula biliar. É o órgão responsável pelo armazenamento da bile. Tem o
formato de pêra e situa-se logo abaixo do fígado. Em seu funcionamento normal,
ela armazena a bile e, no momento adequado, despeja esse composto no duodeno (início
do intestino delgado), a fim de facilitar a digestão. Isso porque a digestão em
si não é feita apenas no estômago e depende de vários órgãos, enzimas, ácidos e
compostos para ser realizada em sua totalidade.
A doença mais comum da vesícula biliar é a
colelitíase, mais conhecida como pedra na vesícula. Os cálculos podem ter
tamanhos variados, desde grãos de areia até o tamanho de uma pêra! Eles podem
ser formados de colesterol (mais frequentemente) ou de cálcio.
São fatores de risco o sexo feminino, a obesidade
ou a perda muito rápida de peso, a história familiar, a dieta hipercalórica, o diabetes
e os problemas de motilidade da vesícula (movimentos de contração). A probabilidade
também aumenta para todas as pessoas com o aumento de idade.
Os principais sintomas são a dor em cólica na
porção superior do abdome (abaixo das costelas, mais à direita) que geralmente
é desencadeada pelo consumo de alimentos gordurosos. Podem surgir também
náuseas, vômitos e plenitude (sensação de estômago cheio).
Se ocorre infecção associada (colecistite),
pode cursar com febre e aumento das células de defesa (leucócitos) no exame de
sangue. Se o cálculo sair da vesícula, pode obstruir o canal que leva a bile em
direção ao intestino (o que chamamos de coledocolitíase) e causar febre,
calafrios ou provocar icterícia (colorir o “branco dos olhos” ou a pele do
corpo com a cor amarela). Se a obstrução acontece na saída do ducto que leva as
enzimas do pâncreas para o intestino, pode causar uma doença potencialmente
grave, chamada de pancreatite (inflamação do pâncreas).
O diagnóstico geralmente é feito pela
ultrassonografia de abdome superior ou de abdome total, além de exames de
sangue.
O tratamento da colelitíase é principalmente
cirúrgico e chamado de colecistectomia. É realizada a retirada de todo o órgão
e não apenas das pedras. Geralmente é feito por videolaparoscopia (com a
utilização de pinças e de uma câmera que são introduzidas no abdome, sem
grandes cortes).
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